O poder de ver com bons olhos
Sidney Fernandes
A Doutrina Espírita ensina que a melhor forma de dissiparmos as sombras pessimistas que nos cercam é por meio da retificação dos nossos hábitos, da correção das nossas tendências inferiores e da evitação das queixas. O processo de transformação começa com o reconhecimento sincero de nossas imperfeições. Todos estamos em uma jornada contínua de aprendizado e aprimoramento. Enfrentar dificuldades é parte desse processo evolutivo, pois são elas que nos impulsionam para a mudança interna e o autoconhecimento.
A crítica ao próximo é uma tendência muito comum, e a Doutrina Espírita nos convida a refletir sobre isso. Ao invés de apontarmos os defeitos dos outros, somos chamados a olhar para nós mesmos e corrigir nossas próprias falhas. A verdadeira transformação não é só sobre apontar erros, mas sobre se tornar exemplo de mudança interna. Quando mudamos a nós mesmos, impactamos positivamente os outros e, consequentemente, a sociedade.
A metáfora do “cisco no olho”, presente no Evangelho, é uma poderosa lição. Antes de ajudar alguém a retirar o cisco do seu olho, devemos cuidar do nosso próprio olhar. Muitas vezes, somos rápidos em julgar, mas o processo de autocrítica é fundamental para evitar que a crítica se torne uma arma destrutiva. A crítica sem compreensão gera apenas negatividade, e o primeiro passo para a transformação é compreender o quanto nossas percepções podem estar distorcidas.
Esse ensino evangélico reforça a ideia de que, para ser um bom auxiliar, devemos primeiro ser um bom exemplo. A mudança começa em cada um de nós. Quando decidimos olhar para dentro e refletir sobre nossas atitudes, desenvolvemos a capacidade de ver o outro com mais empatia e compreensão. Esse processo é essencial não apenas para nossa evolução espiritual, mas também para o bem-estar coletivo. Quanto mais pessoas decidirem trabalhar suas imperfeições, mais seremos capazes de criar um mundo mais harmonioso e justo.
Portanto, o processo de transformação não é algo que depende exclusivamente de fatores externos. Quando decidimos ser melhores para nós mesmos, estamos automaticamente contribuindo para o bem-estar de todos ao nosso redor. É assim que, pouco a pouco, podemos transformar o mundo com nossas ações e atitudes.