TUDO QUE FAÇO É VISTO POR DEUS?
Sidney Fernandes
A falência dos paradigmas espirituais é facilmente explicável. A maioria dos homens tem dúvidas a respeito da supervisão individual da Providência Divina, isto é, se Deus acompanha os mínimos gestos e atos de cada indivíduo. Indagarão o incrédulo, o indiferente, o defensor do nada e o que repudia valores morais:
— _Como pode Deus, tão grande, tão poderoso, tão superior a tudo, imiscuir-se em pormenores ínfimos, preocupar-se com os menores atos e os menores pensamentos de cada indivíduo?_
Esclarecem os mentores que _Deus está em toda parte, na Natureza, como o espírito está em toda parte, no corpo. Todos os elementos da criação se acham em relação constante com ele, como todas as células do corpo humano se acham em contato imediato com o ser espiritual._
Cada criatura, cada espírito, está sob supervisão divina nos mínimos detalhes da sua existência. Deus, sendo o Supremo Poder, pode se interessar pelas mínimas questões da nossa vida.
Daí não se admitir o homem comum, que se diz espiritualista, mas que se isola indiferente aos problemas do mundo e sustenta comportamento materialista. É o religioso não praticante, eufemismo usado por irmãos de várias crenças, inclusive do Espiritismo, quando não têm coragem de dizer que não estão dando a mínima para sua religião. Preocupa-se com a sua vida, no máximo com a dos familiares. O resto que se lasque.
Encontram a almejada felicidade? Superficial e pouco duradoura. Não por coincidência, encontramos nos países mais adiantados do mundo, com elevados níveis de satisfação social, os maiores índices de solidão e infelicidade do mundo. Possuem dinheiro, conforto, poder e satisfação, mas não alcançam a felicidade proporcionada pela consciência tranquila do dever cumprido e a sublime satisfação de oferecer o bem ao seu próximo.
As más semeaduras, desta ou de existências anteriores, provocarão tempestades de vida que, aos olhos humanos, parecerão verdadeiras tragédias, recheadas de experiências dolorosas. Aos olhos da Espiritualidade Maior, no entanto, terão sido momentos de transformação e de retorno ao caminho reto, desde que o espírito opte por escolhas novas, diferentes, que não o levem novamente aos mesmos erros anteriormente cometidos.