Artigos Espíritas

A mensagem do espiritismo para uma vida melhor

Sidney contribui para diversos órgãos da imprensa espírita e laica, produzindo artigos para reflexões oportunas em todas as épocas. Todos os artigos estão disponíveis nesta seção para você compartilhar em suas redes sociais ou, no caso de jornais e boletins espíritas, utilizar livremente em suas publicações, com a gentileza de citar o crédito do autor.

Boa leitura! E que a mensagem espírita chegue cada vez mais longe!

O NATAL QUE NOS FALTA

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O NATAL QUE NOS FALTA

Sidney Fernandes

 

Quando fugimos de aprender e servir, buscando apenas o benefício próprio, sem perceber, passamos a ostentar equilíbrio exterior enquanto carregamos desordem íntima. É a chamada obsessão oculta, que mascara a consciência e ilude o espírito.
A expressão que dá título a este texto harmoniza-se com a advertência firme de Jesus aos escribas e fariseus, comparados a sepulcros caiados: belos por fora, mas repletos de impurezas por dentro. Em linguagem popular, diríamos: por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento.
Infelizmente, essa postura ainda é comum em nosso mundo. O mais inquietante, porém, é perceber que também nós, já esclarecidos pelo Evangelho de Jesus, muitas vezes adotamos atitudes educadas e aparentemente corretas, mas marcadas pela incoerência entre o que falamos e o que vivemos.
Richard Simonetti ilustra bem essa realidade ao narrar a experiência de Custódio, que participava de uma reunião doutrinária em sua própria casa, refletindo sobre a caridade. Ao final, recordou a recomendação de Santo Agostinho: questionar-se diariamente sobre atitudes dignas de reprovação.
Na avaliação íntima daquela noite, Custódio percebeu que, enquanto falava sobre servir ao próximo, havia se esquecido da caridade mais imediata, sobrecarregando a esposa com tarefas que lhe competiam. Pensara muito no bem distante, mas negligenciara o bem próximo.
Esse exemplo simples revela um problema recorrente: teorizamos com facilidade, mas praticamos com lentidão. Preocupamo-nos mais em receber do que em servir.
Por isso, torna-se indispensável um balanço periódico de nossas conquistas morais. André Luiz recomenda um reexame sincero do comportamento pessoal, lembrando que quem não progride permanece estacionário.
Vale perguntar: estou mais calmo, mais compreensivo e mais disposto a servir? O Evangelho está mais vivo em minhas atitudes? Minhas mágoas diminuíram? Oro com sinceridade ou apenas repito palavras? Sou mais sensível às dores alheias do que às minhas pequenas contrariedades?
Santo Agostinho sugere que esse exame seja diário. André Luiz reforça que deve ser feito o quanto antes, enquanto ainda podemos corrigir rumos com maior facilidade.
Neste Natal, sejamos convidados a lembrar não apenas o nascimento de Jesus, mas o imenso gesto de amor que o trouxe a conviver com uma humanidade ainda despreparada para sua mensagem. Passados mais de dois mil anos, continuamos, muitas vezes, repetindo o comportamento dos sepulcros caiados.
Que tal assumirmos uma resolução sincera e duradoura, capaz de nos vacinar contra a teoria sem prática? Talvez seja esse o primeiro passo para que o equilíbrio exterior corresponda, enfim, à saúde moral interior.
Dessa maneira, teremos um Natal mais puro, mais sincero e mais consciente para todos nós.

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