SOU CAPAZ DE SER FELIZ
Sidney Fernandes
Ora, notamos sempre que os sofrimentos guardavam relação com o proceder que eles tiveram e cujas consequências experimentavam; que a outra vida é fonte de inefável ventura para os que seguiram o bom caminho. Deduz-se daí que, aos que sofrem, isso acontece porque o quiseram; que, portanto, só de si mesmos se devem queixar, quer no outro mundo, quer neste.
Allan Kardec, Da vida espírita, O Livro dos Espíritos
Debitamos geralmente a nossa infelicidade, à má sorte, à nossa herança genética, ao meio em que nascemos ou até à inferioridade da nossa moradia planetária.
Esquecemo-nos, como afiança Allan Kardec, no capítulo terceiro, de O Céu e o Inferno, de que, se estamos no planeta Terra. é porque pertencemos ao planeta Terra. Cada globo tem, pois, de alguma forma, sua população própria. E, por enquanto, fazemos parte da população de um mundo de expiações e provas, onde predomina o trio terrível: egoísmo, vaidade e orgulho.
E se a felicidade está ligada às nossas próprias qualidades e não ao local em que estamos, significa que ela está em toda parte, e vai depender da nossa capacidade em sermos felizes.
Ela, todavia, não é pessoal, existe em função de a repartirmos com o próximo, caso contrário seria egoísta e triste. Ela está na comunhão de pensamentos dos seres que são entre si simpáticos, isto é, que pensam e agem da mesma forma.
Continua Kardec nos alertando que os espíritos serão mais ou menos felizes, dependendo do tipo de companhia que venham a atrair, pela identidade de ideias, gostos e sentimentos, a ponto de formar grandes grupos ou famílias.
E pensam que esses espíritos felizes ficam no ócio, apenas usufruindo do meio e da companhia em que se encontram? Negativo! Continuam repartindo a sua felicidade com outros, incessantemente, em suas missões de trabalho.
De vez em quando se juntam a outros membros, para comunicarem o resultado de suas atividades. Ou então, se reúnem em torno de um espírito de ordem mais elevada para receberem suas advertências e instruções.
O mais importante, no entanto, como alerta Kardec em suas observações, é de que todos somos capazes de ser felizes.
E o desenvolvimento dessa capacidade ocorrerá à medida que eu me desprenda, pare de pensar em mim mesmo e a compartilhe com outros seres da criação.