TIVEMOS UM NATAL DIFERENTE?
Sidney Fernandes
Será que no Natal que passou conseguimos vivenciar um espírito realmente cristão? Temos motivos para acreditar que o Natal deste ano foi diferente? Finalmente tivemos um Natal realmente cristão, em que a figura do aniversariante foi homenageada com a vivência do amor puro e da consciência tranquila?
Muitos cercam-se de todo o conforto possível e criam um oásis isolado das misérias humanas, como se fossem eremitas da atualidade, buscando resolver os seus próprios problemas e ignorando os dos demais.
Quais as consequências dessas atitudes? Temos motivos para pensar que o Natal deste ano foi diferente? Penso que sim!
Pouco tempo atrás um dos líderes europeus veio a público fazer o seu mea culpa, assumindo, tacitamente, que a situação de países africanos estava se agravando por falta de solidariedade dos países desenvolvidos. A manifestação do líder europeu, imediatamente apoiada por outros governantes, é um bom sinal de que o mundo está despertando para a solidariedade. Várias nações do planeta começam a se mobilizar, incluindo países orientais, supostamente frios ao exercício da generosidade.
Recentemente, respeitável órgão de pesquisa perguntou a pessoas de vários países se ajudaram um estranho, doaram dinheiro para alguma organização social ou se fizeram algum tipo de trabalho voluntário. Com esses dados, concluiu-se que o país mais generoso do mundo é a Indonésia, onde 90% doam dinheiro para caridade e 65% realizam trabalhos voluntários. Informou ainda a pesquisa que, dentre os mais generosos, estão os Estados Unidos e, pasmem, a Gâmbia, um dos países mais pobres do mundo.
A generosidade das pessoas em todo o mundo é evidente e está aumentando a olhos vistos. Pessoas de todos os continentes e culturas estão ajudando irmãos mais necessitados, mesmo com os desafios políticos, econômicos e climáticos que vão surgir. Parece que os governos finalmente estão aprendendo uns com os outros a praticar a empatia, para que tenhamos uma sociedade mais justa e feliz.
A partir do momento em que nos conscientizarmos de que todos somos irmãos, não poderemos mais cuidar somente dos mais chegados, pois a desgraça do outro, por mais distante que esteja, poderá se derramar sobre nós e por todo o nosso país. O exercício da solidariedade, que se fez presente no Natal, inspira a derrubada de barreiras de nacionalidade, raça e crença.
Oxalá, estejamos diante do primeiro dos muitos passos que a humanidade deverá trilhar para que a Terra, um dia, possa ser habitada por uma só família, sob a inspiração do mesmo Deus.
Na minha infância, uma emissora de rádio da minha cidade veiculou uma chamada interessante:
Neste Natal, lembre-se do aniversariante!
Com minha ingenuidade infantil, fiquei pensando quem seria o aniversariante do mês de dezembro. Entendo que uma grande parte da humanidade, mesmo das nações que não conhecem Jesus, já está praticando seus ensinamentos e seguindo seus exemplos. Mesmo após o Natal, lembrar-nos do aniversariante e de seus ensinamentos continua sendo o maior presente que podemos oferecer a Ele.
A maior homenagem que podemos fazer a Jesus é seguir a recomendação que ele fez ao perito na lei que lhe perguntou o que seria preciso para herdar a vida eterna?
Após narrar a parábola do bom samaritano e seu extraordinário exemplo de amor e solidariedade, veio a resposta do Mestre Jesus, que atravessou os tempos e encaixa-se perfeitamente para o mundo atual:
— Vá e faça o mesmo.