Artigos Espíritas

A mensagem do espiritismo para uma vida melhor

Sidney contribui para diversos órgãos da imprensa espírita e laica, produzindo artigos para reflexões oportunas em todas as épocas. Todos os artigos estão disponíveis nesta seção para você compartilhar em suas redes sociais ou, no caso de jornais e boletins espíritas, utilizar livremente em suas publicações, com a gentileza de citar o crédito do autor.

Boa leitura! E que a mensagem espírita chegue cada vez mais longe!

Anatomia da dor

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Índice

1 Corpo e perispírito

2 Sócrates e as doenças

3 O perispírito e o círculo branco

4 Ensinamentos de André Luiz

5 Ainda o corpo plasmático

6 A cura pelo magnetismo

7 Exemplo de grandeza

8 A verdadeira cura

9 Fiquemos com Emmanuel

Corpo

Antigas civilizações, como a egípcia e a grega, já estudavam e descreviam órgãos, vasos sanguíneos, músculos e esqueleto do corpo humano. Do século II d.C. em diante sucederam-se tratados de anatomia que iriam influenciar os séculos seguintes. Do século XVI vieram importantes livros, com inúmeros desenhos de estruturas ósseas, músculos e órgãos de seres humanos dissecados. A partir do século XVIII começaram a surgir as primeiras escolas da medicina contemporânea e nos séculos seguintes aconteceram as descobertas proporcionadas pelos microscópios, cujo poder de resolução aumentou drasticamente, o que permitiu melhor observar as células e suas estruturas. Por meio do raio X, da ressonância magnética, da tomografia computadorizada, da fluoroscopia e da ecografia, hoje investigadores e profissionais de saúde podem examinar as estruturas anatômicas com detalhes sem precedentes.

Os progressos alcançados, no decorrer dos séculos, com a ampliação dos conhecimentos em torno do corpo humano, trouxeram incontestáveis contribuições para o alívio da dor e a cura de sem número de doenças e insuficiências.

Não será esse assunto, todavia, o principal objeto do presente trabalho, considerando-se, principalmente, que as matrizes dos sofrimentos do homem encontram-se em seu corpo espiritual.

Perispírito

Antigas culturas aceitavam a existência de um corpo invisível, intermediário entre o corpo físico e a alma. Dentre outros, taoístas chamavam-no de chi; indianos, de corpo sombra; a teosofia, de corpo astral; Paulo de Tarso, de corpo celeste, e, por volta de 1968, cientistas russos anunciaram a descoberta de um corpo energético, que passaram a chamar de Corpo de Plasma Biológico.

Kardec passou a usar, para designar esse organismo, o termo perispírito, em 1857, em O Livro dos Espíritos, correlacionando-o com o perisperma, da anatomia botânica — fina membrana que envolve o embrião e o endosperma de uma semente.

Hoje sua existência está sendo aceita e comprovada por inúmeros terapeutas do mundo inteiro, que reconhecem a existência de um campo imperceptível aos órgãos dos sentidos, ao redor do corpo físico, susceptível de mudanças capazes de afetar o equilíbrio físico, psíquico e emocional do paciente.

Sócrates e as doenças

Sócrates, filósofo grego, revolucionou o pensamento ocidental. Entendia que, se os médicos eram malsucedidos, era porque tratavam apenas do corpo, sem tratar do espírito.

O sábio referia-se às dores e às doenças que se fixam em nosso perispírito, por atitudes negativas desta vida ou de vidas anteriores.

Reportava-se também às decorrentes da somatização, quando ocorrem sintomas físicos provocados por abalos emocionais ou psíquicos. Nosso corpo se expressa pela somatização. Emoções, como o medo, preocupações, desemprego ou tristezas originadas de separações e mortes quase sempre são acompanhadas por dores de cabeça, alteração dos batimentos cardíacos, distensões musculares e outros sintomas e enfermidades.

Provavelmente, o filósofo também referia-se aos transtornos da hipocondria, conhecida popularmente como mania de doença, provocada pela busca intensa de enfermidades imaginárias, que se alternam, em razão de obsessiva preocupação com a saúde.

Diga-se de passagem que hipocondríacos geralmente são vítimas da obsessão simples, por atraírem espíritos com os mesmos supostos sintomas, afinados magneticamente com o encarnado que se julga doente.

A metáfora de Sócrates

Ao falar da composição do ser humano, Sócrates nos ofereceu a curiosa metáfora da carroça, da parelha e do cocheiro, contida no livro Fedro, possivelmente composto por volta de 370 a.C.

Disse o sábio que o indivíduo é constituído por uma carroça, puxada por uma parelha, que é conduzida por um cocheiro. Quando a carroça se avaria e não pode mais continuar a viagem, o condutor toma da parelha e continua apenas com ela.

Ele se reportava à carroça como sendo o nosso corpo material, enquanto os cavalos são os intermediários entre o pensamento e a vontade do cocheiro.

Com mais de 2200 anos de antecedência, a alegoria socrática antecipou o pensamento de Allan Kardec, ao afirmar que o ser encarnado é composto do espírito, do perispírito e de um corpo físico.

Com efeito, o Espiritismo nos traz a matriz do conhecimento do indivíduo, afirmando que o espírito está revestido de uma substância vaporosa para os nossos olhos, porém semimaterial aos olhos dos seres da espiritualidade.

A metáfora da parelha de Sócrates está em perfeita consonância com os ensinamentos do Espiritismo a respeito da constituição do ser e da sua continuidade na vida imortal.

Propriedades do perispírito

O corpo é o segundo invólucro do espírito. O primeiro é o perispírito, de natureza mais ou menos etérea, segundo o mundo em que o espírito habita e a sua categoria. Esse corpo astral é o transmissor das sensações que vêm do exterior, captadas pelo corpo material e recebidas pelo espírito. É também o intermediário entre o que provem do espírito e se manifesta pelo corpo. Em suma: o espírito quer, o perispírito transmite e o corpo executa.

Dada a sua natureza fluídica, o perispírito não se encontra isolado, em compartimento estanque. Essa propriedade lhe atribui a capacidade de irradiar-se em torno do corpo e criar uma atmosfera que o pensamento e a vontade podem ampliar mais ou menos, de acordo com nível evolutivo do espírito. Isso lhe confere a possibilidade de superar distâncias e transmitir impressões e intuições.

Onde queremos chegar?

Sendo um dos elementos constitutivos do ser, o perispírito desempenha papel fundamental nos fenômenos mentais, emocionais, fisiológicos e também patológicos do homem.

Dessa forma, podemos concluir que, quando cientistas e médicos levarem em conta, como antecipava Sócrates, a influência da parte espiritual do homem, darão um grande passo e novos horizontes lhes serão abertos. Com novos entendimentos a respeito da anatomia do ser vítima da dor, poderão fazer diagnósticos mais precisos, novas descobertas de causas das moléstias, bem como encontrarão novas formas de preveni-las e combatê-las.

O círculo branco1

Aos seis anos recebi as primeiras noções da vida além da morte e da justiça divina, por intermédio de Dona Rosinha, voluntária, catequizadora, que ministrava aulas de religião, uma vez por semana, na escola que eu frequentava.

Segundo sua crença, com o nascimento do corpo nascia também a alma, que seria representada por um círculo branco. Cada pecado cometido nesta vida corresponderia a um ponto negro a macular irremediavelmente aquele círculo.

A pior parte veio quando ela informou que, se na nossa morte tivéssemos muitos pontos escuros na alma, iríamos para o inferno, para sempre. Nem preciso lhe descrever, caro leitor, o apavoramento que tomou aquele grupo de pirralhos. Com certeza, nenhum de nós era santo e tinha a consciência pesada pelas artes cometidas durante aqueles longos seis anos de vida. Mas, ficar no inferno eterno? Para sempre? Era uma coisa que não entrava em nossas pequenas cacholas.

No meu livro Ser feliz é uma arte, cito o episódio e defendo Dona Rosinha, entendendo que ela nos transmitiu o que havia aprendido, era a sua verdade. A Doutrina Espírita — que conheci quatro anos mais tarde, aos dez anos de idade — veio me ensinar que aquelas noções de penas eternas representavam a negação da vontade de Deus.

Aqui faço uma pausa para isentar a bondosa voluntária católica, que nos visitava semanalmente, de qualquer responsabilidade a respeito das informações que nos passava. Atentando bem, nas linhas seguintes o amigo leitor concluirá que ela não estava totalmente errada.

A mente e o perispírito

Diz André Luiz que, conforme a vida de nossa mente, assim vive nosso corpo espiritual.  Quando nos entregamos às criações de tédio, ódio, desencanto e aflição, condensamos forças negativas em nós mesmos, coagulando-as.

Dentro do conceito espírita, o nosso perispírito funciona como uma espécie de esponja, em que se acumulam os pecados que cometemos.

A seu modo, Dona Rosinha tinha razão, exceto pelo fato de que jamais Deus nos impingiria uma pena vingativa e eterna, contrariando a imagem de misericórdia e amor que os homens fazem das virtudes essenciais do espírito.

Quando nos esforçamos para manter o equilíbrio, superar velhos vícios, evitar novos pontos negativos no círculo branco de nossa alma, e procuramos levar a religião a sério, estamos nos vacinando contra os distúrbios da mente e, por consequência, concorrendo para a saúde física e espiritual do conjunto espírito/perispírito/corpo material.

Agindo assim, não estaremos somente correspondendo às expectativas de amigos espirituais, mas também honrando o instrumento divino – nosso corpo – com que Deus nos presenteou, para, com ele, aprender a crescer para a luz e a viver para o amor.

Ensinamentos de André Luiz

O corpo perispiritual é de fundamental importância para o espírito, tanto durante a encarnação, quanto na vida no plano espiritual, que precede e sucede o mergulho ao planeta físico. Estudos mais extensos vamos encontrar em Allan Kardec, Gabriel Delanne, Emmanuel, Léon Denis e em obras de André Luiz, psicografadas por Francisco Cândido Xavier.

Um exemplo é a narrativa contida em Missionários da Luz, em que André Luiz descreve a situação de um amigo do mentor Manassés, prestes a reencarnar, que portava o organismo perispiritual em dolorosas condições, com pontos escuros, que, a seu pedido, iriam lhe provocar úlceras em seu novo corpo.

— Como assim — indagaria o leitor. Úlceras a seu pedido? Quem pediria para nascer com uma doença congênita?

— Há cem anos esse espírito cometera um crime, matando um homem a facadas. Assim que desencarnou, a vítima imantou-se a ele, que colheu resultados terríveis por muitos anos, resultados de seus remorsos e do pensamento mortífero com que foi atacado. Arrependeu-se, sofreu muito em regiões purgatoriais, aproximou-se da vítima, redimiu-se e cresceu moralmente. A dívida permaneceu. Sua resignação, no entanto, transformou a natureza do futuro ressarcimento e ele não precisou desencarnar num processo sangrento. Carregou a ferida por longos anos e conquistou sua renovação. A justiça se cumpriu de forma menos rigorosa, devido à disposição do devedor à precisa transformação.

Se bem notarmos, a metáfora dos pontos escuros do perispírito aparecem em várias obras de André Luiz. Ainda em Missionários da Luz vamos encontrar a informação de que o organismo perispiritual pode absorver elementos de degradação que lhe corroem os centros de força, com reflexos sobre as células materiais.

Nesse livro, André Luiz refere-se a um espírito cujo fígado encontrava-se profundamente alterado. Nuvem escura cobria parte do órgão, atingindo a vesícula biliar. Os reflexos negros ainda alcançavam o duodeno e o pâncreas, com profundas alterações no processo digestivo, provocadas por suas perturbações mentais e inquietações íntimas.

No entanto, seus valores positivos preponderaram, a ponto de contrabalançarem os valores negativos e viabilizarem a assistência dos espíritos, que foram desfazendo, pouco a pouco, as nuvens escuras, que foram se tornando opacas e desapareceram, retornando o organismo físico à normalidade. Uma extraordinária operação algébrica derivada da misericórdia divina, onde o mais anulou o menos.

Finalmente, poderíamos citar outra situação de pontos negros, registrada por André Luiz em sua primeira obra — Nosso Lar — envolvendo pobre mulher, cuja miserável figura era digna de comiseração, que pediu socorro à Colônia Nosso Lar:

Filhos de Deus, dai-me abrigo à alma cansada. Onde está o paraíso dos eleitos, para que possa fruir a paz desejada?

André, ao ouvir semelhante apelo, sensibilizou-se, a ponto de interceder em nome da infeliz criatura, buscando a abertura das portas de acesso. Imediatamente foi alertado por instrutora, que lhe falou reservadamente:

Não está vendo os pontos negros? Quando se trata de criaturas nessas condições, precisamos recorrer ao vigilante-chefe, em serviço.

Consultado, o orientador esclareceu:

Esta mulher, por enquanto, não pode receber nosso socorro. Trata-se de um dos mais fortes vampiros que tenho visto até hoje. É preciso entregá-la à própria sorte.

Como podemos observar, novamente surgiu a imagem dos pontos escuros, como projeção mental dos que transgrediram a lei divina e, ainda sem predisposição para a devida transformação, não se encaminharam para o devido reparo interior e o acerto de contas com a vida.

Lamentavelmente aquela infeliz não havia nem mesmo recebido a bênção do remorso. Exibia a condição de criminosa e declarava-se inocente. Daí não ser possível, naquele momento, a sua acolhida.

Ainda o corpo plasmático2

Muitos especialistas, de várias partes do mundo, não somente os russos, já admitem que muitas doenças são disparadas quando ocorre a deterioração do suprimento do corpo enérgico.

Biólogos da Universidade do Cazaquistão descobriram, por exemplo, que o simples borrifo de uma ferida com ar ionizado acelera consideravelmente a cura, pois concluíram que os íons negativos ajudam a restaurar o equilíbrio do corpo plasmático. Esse moderno conceito do corpo de plasma biológico poderá abrir novos caminhos para a compreensão das neoplasias e de outras formas de moléstias.

O Espiritismo, ao estudar minuciosamente as propriedades do perispírito (o corpo enérgico dos russos), abriu novos horizontes à ciência e explicação para os fenômenos incompreendidos ou negados pelo materialismo. Exemplo disso são as curas proporcionadas pelos fluidos espirituais, que começam a ser aplicados pelas mais diversas civilizações.

A cura pelo magnetismo

O perispírito age sob o comando do espírito, que nos liga a todas as coisas do universo. As matrizes dos sofrimentos humanos encontram-se no corpo espiritual. Concluímos, portanto, que, se queremos saúde, bem-estar e felicidade física, precisamos diminuir, ou se possível, eliminar os pontos escuros que ali se encontram.

Vejamos este caso apresentado por Gregg Braden3, escritor e estudioso das relações entre ciência e espiritualidade. Em um vídeo exibido em uma de suas conferências, Braden demonstrou que em poucos minutos é possível curar um câncer.

Uma mulher que foi diagnosticada com câncer de bexiga recebeu diagnóstico pessimista dos médicos ocidentais: nada poderiam fazer para ajudá-la. Então ela foi procurar uma clínica na China que trata as pessoas de maneira diferente.

Utilizando a sabedoria de seus ancestrais, magnetizadores canalizaram seus fluidos curadores sobre a doente, como se a mulher já estivesse saudável, assim como prognosticava Jesus:

Tudo o que pedirdes em oração, acreditai que já o recebeste.4

No vídeo, Braden acompanhou o andamento da operação por intermédio da ultrassonografia, com imagens paralelas mostrando o antes e o depois do tratamento da lesão cancerígena.

A mulher estava acordada, consciente, não estava anestesiada e acreditava que poderia ser ajudada por aquele processo fluídico. Foram aplicados fluidos curativos na enferma durante aproximadamente três minutos. Três aplicadores buscaram e conseguiram a limpeza dos pontos escuros de seu corpo plasmático e obtiveram a total ablação das células cancerígenas da bexiga da paciente.

Braden explicou que os magnetizadores, durante todo o tratamento, entoaram palavras, que não são mágicas, mas que reforçaram a concentração dos curadores para o atingimento de seus objetivos.

Ao assistir ao vídeo5, pessoas acostumadas com o modo ocidental de pensar a ciência moderna entenderão que ali houve um milagre, com derrogação das leis da natureza. No entanto, o estudo que a Doutrina Espírita nos oferece, principalmente do perispírito, atesta a possibilidade de as forças espirituais serem autorizadas por entidades superiores, a fim de viabilizar a cura.

Podemos contar com os médicos espirituais, que agem com seus poderes magnéticos para a recuperação dos que sofrem. Importante frisar, no entanto, que a cura somente será duradoura se o doente mudar o seu comportamento e persistir em sua renovação espiritual. Foi mais ou menos isso o que Jesus disse, com estas palavras:

— Vê que já estás curado; não voltes a pecar, para que não te aconteça coisa pior6.

Exemplo de grandeza

Christo Brand tornou-se carcereiro em 1978, na penitenciária de Robben Island, África do Sul, nas proximidades da Cidade do Cabo. Foi avisado de que a prisão de segurança máxima abrigava um terrorista perigoso: Nelson Mandela, que lá passou 27 anos detido, sob o regime do apartheid.

Em 2018, de passagem pelo Brasil, Brand contou como o abraço entre Mandela e sua neta Zoleka, então um bebê de quatro meses, transformou a relação dura entre um presidiário e um guarda, em relação de amizade, que durou até o fim da vida do ex-presidente sul-africano, morto em 2013.

A história começou quando Winnie Mandela, então esposa de Nelson, tentou levar a neta para que ele a conhecesse, ainda no cárcere. O plano deu errado. No entanto, um estratagema criado por Brand e seu supervisor ajudou Mandela a conhecer a neta. Nem mesmo Winnie ficou sabendo que o avô havia conhecido a criança, pois ela ficara isolada numa sala, enquanto Brand, rapidamente, colocou Zoleka nos braços de Mandela e, em seguida, levou a criança de volta para a avó.

Essa atitude, e muitas conversas entre Mandela e Brand — que aprendera, desde criança, com o pai, a não julgar as pessoas pela raça ou cor da pele —, fizeram nascer sinceros laços de amizade entre ambos.

Em 2010, ao celebrar o 20º aniversário de sua libertação da prisão, Mandela promoveu um jantar com familiares e amigos. A amizade com Brand não foi esquecida. Christo Brand, um dos carcereiros de Robben Island, foi convidado a sentar-se ao lado do presidente negro da África do Sul.

A grandeza de Mandela até hoje é assunto da mídia mundial e serve de exemplo de dignidade. O homem que passou 27 anos numa prisão mostrou que, mesmo com o poder que então detinha como presidente, humanizou o reencontro com seu carcereiro.

Pessoas com essa imensa grandeza, que não guardam mágoas, que continuam acreditando na empatia, na solidariedade e no respeito à vida e ao semelhante, são aquelas que conseguem limpar-se de máculas antigas e dão vigorosos passos em direção ao equilíbrio físico e espiritual.

A verdadeira cura

A cura definitiva parte do espírito, passa pelo perispírito e restabelece o equilíbrio do corpo físico. Ela acontece de dentro para fora, com a transformação interior, que se reflete na limpeza dos pontos escuros, responsáveis por doenças e dores.

Espíritos nobres e calejados pelo sofrimento deixam-se tocar pela luz divina e passam a imprimir em suas palavras, atitudes e ações o que de melhor aprenderam com o tempo, o sofrimento e a reflexão.

No homem encarnado, espírito, perispírito e corpo não podem ser considerados separadamente. Não é fácil para o próprio indivíduo determinar se os seus sintomas são apenas de origem física, se os herdou de vidas anteriores, se os somatizou ou os imaginou na presente existência.

Todos temos, inclusive os médicos, a mania de pensar de maneira dualística, como se mente e corpo pudessem ser separados. Surge agora a descoberta científica que coloca um ingrediente importante na abordagem da anatomia da dor: a limpeza do perispírito.

Cientistas do mundo inteiro começam a admitir que a espiritualização do indivíduo facilita a recuperação de um enfermo. Segundo André Luiz7, não apenas facilitam, mas é o único caminho para que ocorra a verdadeira e definitiva cura.

Todos os médicos, mesmo os materialistas impermeáveis à fé religiosa, contam com amigos espirituais que os auxiliam. No entanto, a saúde humana é um dos mais preciosos dons divinos e precisa ser preservada pelos homens, tanto nos cuidados materiais preventivos, quanto, com tudo que aprendemos, nos cuidados com a saúde espiritual.

Quando nos ligamos ao estudo, ao bem, à verdade e à espiritualização de nossas atitudes, surgem, automaticamente, medidas de proteção à harmonia orgânica que protegem aqueles que se ajudam e evocam a proteção de mentores espirituais.

É fundamental que aperfeiçoemos o campo receptivo, tanto em favor dos que precisam do nosso auxílio, para a preservação da saúde, como em favor do nosso próprio reajustamento.

A inolvidável expressão de André Luiz — Ah! Se os médicos orassem! — poderia ser completada, nos tempos atuais, da seguinte forma:

— Ah! Se os pacientes orassem! Se cuidassem mais de seu espírito e se esquecessem um pouco de si próprios, treinando solidariedade e compreensão, não sofreriam tanto e, provavelmente, iniciariam a longa jornada de volta ao equilíbrio do corpo e do espírito.

 

Fiquemos com Emmanuel8

nem todos os aflitos pretendem renunciar ao objeto de suas desesperações e nem todos os tristes querem fugir à sombra para o encontro com a luz.

… quando os sofredores se dirigirem sinceramente ao Cristo, hão de ouvi-lo, no silêncio do santuário interior.

Para esses foram pronunciadas as santas palavras: “Vinde a mim! ”, reservando-lhes o Evangelho poderosa luz para a renovação indispensável.

 

Referências

1 – FERNANDES, Sidney. A felicidade tem pressa! 2. Edição. Lição 31. Pg. 163. Editora CEAC.

2 – LOUREIRO, Carlos Bernardo. O corpo de plasma biológico. Revista Internacional do Espiritismo. Outubro de 1998.

3 – BRADEN, Gregg. A matriz divina. 3. Edição. 2012. Editora Pensamento-Cultrix.

4 – Marcos, 11:24.

5 – Https://www.youtube.com/watch?v=5R7za7tOU2Y

6 – João, 5:14.

7 – LUIZ, André. Libertação. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 2. Edição especial. Agosto de 2007. FEB.

8 – EMMANUEL. Pão nosso. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Lição 130 “Onde estão?13. Edição. Agosto de 1987 – FEB

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